História da Ferrovia

Desde a época da tração animal nos primórdios do transporte ferroviário, foi dada uma grande importância para as máquinas e em como elas poderiam melhorar a vida das pessoas. Em 600 a.C. já se tinham notícias sobre a utilização de trilhos de madeira no transporte de embarcações em Diolkos, região do porto de Corinto na Grécia. A ferrovia teve grande influência da mineração na sua fundação, e teve sua evolução nesta atividade extrativista. Richard Trevithick (1771-1833) foi um britânico que obteve grande notoriedade na concepção das primeiras locomotivas. A primeira máquina criada por ele em 1801, foi chamada de The Puffing Devil. Era uma máquina a vapor e transportou 6 pessoas na península de Cornualha, Inglaterra. Em 1803, o inventor criou a London Steam Carriage. O engenheiro britânico George Stephenson (1781-1848), também contribuiu para o progresso da ferrovia mundial. Ele é considerado o primeiro inventor de uma locomotiva empregada para tração de carga e passageiros. Tal fato se deu em 1825 na ferrovia entre Darlington e Stockton-on-Tees(Stockton and Darlington Railway) transportando 80 toneladas de carvão e percorreu o trajeto de 15 km em 2 horas. A máquina construida por ele recebeu nome de Locomotion N. 1 além de ser conhecida também por Active.

Réplica da Puffing Devil London Steam Carriage Locomotion N. 1

Ainda no século 19, houve um considerável aumento na construção de ferrovias na Inglaterra, fato este atrelado a Revolução Industrial e em 1856 Henry Bessemer desenvolveu os trilhos de aço. Por consequência, a distribuição de mercadorias e passageiros e o desenvolvimento tecnológico colocaram aquele país na rota do desenvolvimento social e ecônomico, servindo mais tarde inclusive para exportar mão de obra tecnológica ferroviária para outros países, a exemplo, o Brasil. Em 1863 foi implementada a primeira linha ferroviaria subterrânea, chamada de metroway e no fim do século 19 surgiram as primeiras ferrovias movidas a eletricidade.

Estação Pancras Goods Station em Londres de 1868 Estação Pancras Goods Station em Londres de 1868

Pelo mundo todo, a ferrovia trouxe desenvolvimento e avanço tecnológico. Além disso, o transporte de cargas e de passageiros se tornou mais eficiente e rápido. Estados Unidos, Japão, China e Paises Europeus contribuiram para o desenvolvimento ferroviário.

Ferrovia no Brasil

No Brasil, em 1828 o Governo Imperial deu o primeiro passo para a construção e exploração da malha ferroviária nacional autorizando a exploração das estradas de ferro objetivando a ligação das vastas regiões do País daquela época. Em 1835 outro evento importante promovido pelo Império teve destaque: A Lei n.. 101 de 31 de outubro permitia a concessão por 40 anos a qualquer empresa nacional ou estrangeira que construísse e explorasse o transporte férreo. Mas somente em 1852 que o brasileiro, visionário e empreendedor Irineu Evangelista de Souza (1813-1889), o Barão de Mauá, recebeu do governo concessão para construir a ferrovia imperial que ligaria Porto de Estrela e a região de Petrópolis no Rio de Janeiro. Esse trajeto possuía 14,5 km e foi inaugurado por Dom Pedro II em 1845. Após essa ferrovia, várias outras foram construídas de forma regional, interligando cidades e regiões produtoras. Essa construção de maneira descentralizada, abriu espaço para uma malha ferroviária despadronizada, com variação de bitolas (largura entre os trilhos) que foram de 1,68 m; 1,60 m; e 1,00 m. A despadronização mais tarde seria também culpada pela falência do sistema ferroviário devido a não possibilidade de integração entre as malhas ferroviárias. Na década de 1920, as ferrovias brasileiras chegaram a possuir 29.000 Km de extensão com cerca de 2.000 locomotivas e 30.000 vagões. Fato este a celebrar o progresso que se estendia pelos 4 cantos do País. Em 1950 o processo de eletrificação da malha, principalmente no estado de São Paulo se intensificou e as máquinas a vapor começaram a ser substituídas pelas máquinas elétricas. Já no ano de 1957, surgi por meio da Lei n. 3.115 a Rede Ferroviária Federal S.A – R.F.F.S.A - objetivando o desenvolvimento do setor ferroviário nacional. A mesma era composta por cerca de 18 ferrovias regionais e absorveu muitas empresas particulares e governamentais que não possuíam condições de operação. Foi extinta em 1999 e durante seus mais de 40 aos de operação atendeu 19 estados e todas as regiões do País. As ferrovias brasileiras tiveram seu papel deixado de lado por conta da preferência pela construção de rodovias com o objetivo de fomentar a indústria automobilística nacional. Já o transporte de passageiros foi deixado de lado já na década de 1980. Após o fim da RFFSA, as ferrovias foram dissolvidas em concessões a empresas privadas. Atualmente as empresas VLI, RUMO, MRS, FCA, FTC, Vale entre outras empresas detêm as autorizações para operarem a malha ferroviária nacional, não significando que esta tenha a mesma extensão e variedade de cargas se comparado com à 100 anos atrás. A ferrovia Norte-Sul em construção desde 1987 - é ainda uma esperança no que tange a interligação ferroviária nacional.


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Por: Foto Trem
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